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Sérgio Moro: vitória decisiva manteve Lula preso |
E eis que em
um domingo, em pleno plantão – que, como o nome diz, deveria envolver casos urgentes –, um
desembargador chamado Rogério Favreto, que foi filiado por dezenove anos ao PT,
trabalhou para Lula enquanto este exerceu o segundo mandato na presidência da
república e foi nomeado para o cargo em 2011 por Dilma Roussef, determinou a
soltura de seu ex-patrão. Integrante do TRF-4, órgão que confirmou em 2ª instância
a condenação feita em 1ª instância pelo juiz Sérgio Moro, passou por cima da
decisão colegiada e, de forma monocrática, atropelou uma determinação
democrática sob a afirmação de que “a candidatura de Lula à presidência da
república é um fato novo, que justifica sua libertação”.
Um “fato novo”? Desde
quando? Todos sabem que ele é candidato, assim como todos sabem que ele não
pode ser candidato. Afinal, foi condenado em 2ª instância por decisão colegiada
e, automaticamente, se tornou inelegível pela Lei da Ficha Limpa. Lula não pode
ser candidato. Nunca é demais lembrar isso a quem parece não ter entendido. Aliás, e daí se ele passou a ser candidato? Os outros milhares de condenados e presos no Brasil poderiam ser libertados se resolvessem ser candidatos a algum cargo eletivo? Esse é o conceito de justiça que um certo desembargador tem?
Tudo parece ter sido pensado
milimetricamente pelos envolvidos. Três deputados federais,
todos do PT, entraram com o pedido de liberdade apenas 32 minutos após o início
do plantão do desembargador, que começou na sexta-feira, dia 6, às 19h, e iria até as 11h de segunda-feira, dia 9. Os personagens: três deputados federais petistas, um
desembargador que foi petista e nomeado ao cargo por uma petista, um
ex-presidente petista que está preso... Difícil crer que foi “por acaso”, não é mesmo?
O bom senso e
o posicionamento forte do juiz Sérgio Moro, que condenou Lula em 1ª instância,
marcou o começo da resistência. Ele se manifestou contra a soltura e afirmou
que o desembargador Rogério Favreto não tinha “competência” para determinar a
libertação de Lula. Foi acompanhado pela Polícia Federal, pela Procuradoria
Geral da República e pelo presidente do TRF-4, Thompson Flores, que deu fim ao
sonho petista de carregar Lula nos ombros neste domingo.
Mais uma vez,
Moro age. De “Bessias” ao frustrado “Plantão da Canetada”, seu bom senso sempre
predominou. Felizmente. Vida longa à República de Curitiba!